“Devir”
exposição de João Castro Silva e Carlos Fernandes
13 de maio a 27 de junho de 2025
Inauguração: 13 de maio às 16h00
Espaço Pontes (Rua João Franco 33, Fundão)
Devir
Chamamos devir ao movimento contínuo que transforma tudo o que existe. É passagem, criação, atualização da potência em ato. Um conceito filosófico que expressa a mudança, o conflito, a contradição — essência da realidade e do desejo.
Devir é inquietação e também luta.
A Revolução Permanente, afirma que a transformação social é contínua, assim como a natureza: tudo muda, inclusive nós, sempre em constante mutação.
Comemoramos 50 anos do fim de um regime fascista que durou 48. Um regime que buscava destruir o outro para se perpetuar. Hoje, assistimos novamente ao surgimento de forças autoritárias que tentam silenciar a palavra e impor o medo.
Em 25 de Abril de 1974, os militares da Revolução dos Cravos escolheram flores no lugar das balas. Usaram a palavra como arma. A canção de José Afonso iniciou a revolução; o megafone de Salgueiro Maia levou a voz além dos muros do quartel do Carmo.
É essencial não esquecer que o poder está no movimento, na mudança, na palavra, que o diálogo é condição da liberdade e que “O Estado a que isto chegou” é sempre provisório – depende do que escolhermos dizer e fazer.
A exposição que se apresenta grita DEVIR, como apelo à transformação, ao desejo de mudança e como herança viva do 25 de Abril.
João Castro Silva
É Escultor e Professor Auxiliar Agregado da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (FBAUL) onde lecciona nos três ciclos de estudos – Licenciatura, Mestrado e Doutoramento – do curso de Escultura. Licenciou-se e doutorou-se na mesma Faculdade.
É membro do Centro de Investigação de Estudos em Belas-Artes (CIEBA) e colaborador estrangeiro no Grupo de Pesquisa LEENA (Laboratório de Extensão e Pesquisa em Artes), da Universidade Federal do Espírito Santo, Brasil.
Desenvolve investigação prático-teórica na área da escultura de talhe directo em madeira. Expõe regularmente desde 1990 e tem obra pública em Portugal e no estrangeiro. Participou em simpósios de Escultura, ganhou diversos prémios e está representado em coleções nacionais e internacionais. Escreveu um livro sobre Escultura, Matéria e Técnicas e outro autorreflexivo sobre a própria prática escultórica e as relações entre Natureza e Arte, ambos financiados pela FCT.
Carlos Fernandes
Diretor Geral da ARS. Gestor de empresas, exercendo sempre a sua actividade em diversas empresas multinacionais do sector segurador e financeiro. Desde 2008 é co-responsável pela gestão administrativa e Direção da Luzlinar (antecessora da ARS) e a partir de 2014 principal responsável pela profissionalização e implantação no território desta associação cultural, da qual é também Presidente da Direção. É bibliófilo, detentor de um importante catálogo, disponível ao público no Espaço Biblos, funcionando também como centro de documentação e agregando todos os processos de edição da estrutura.
Como produtor, diretor e autor de projetos culturais: 2010, Seminários Internacionais “Encontros Cinematográficos”; Projecto Pontes – Projeto cultural instalado no território, entre Fundão e Trancoso, financiado pela DGArtes; Projeto ARS – Estrutura de Investigação Artística e Cientifica. Como artista, trabalhou em teatro e cinema, tendo colaborado nas produções do Project~- estrutura de produção do Teatro Municipal da Guarda e Teatro Garcia de Resende, em diferentes produções como: Os Sobreviventes de Manuel Poppe, Querido Monstro de Javier Tomeo, São Francisco de Assis e Mundus Imaginalis num quadro de Van Gogh” de Vicente Sanches e Simplesmente Complicado de Thomas Bernhard, com direcção e encenação de Américo Rodrigues. É também autor e realizador de vários filmes como “A Batalha dos Montes” (com M. Lino), “Um bando de Passarinhos” (2008), “Dispersão” e ” Kommen und Gehen”, numa colaboração com um trabalho performativo do artista Carl Vetteer.
Agradecimento a Tomás de Vasconcelos pela cedência de material expositivo.