A pós-modernidade é caracterizada pela velocidade e fluidez das transformações, o ser humano tem de se adaptar constantemente, impedir que os seus modos de agir se consolidem em hábitos e procedimentos.
Estas realidades transitórias geram todo o tipo de instabilidades, como a fragilidade das regras, normas e procedimentos.
Existe um novo paradigma científico, cujos pressupostos são a complexidade, a instabilidade e a intersubjetividade.
É fundamental haver um conhecimento do todo, de modo a permitir a análise do mesmo. É preciso trabalhar com múltiplas versões dos fenómenos, diferentes domínios de elucidações em interdisciplinaridade.
É imprescindível ver e lidar com a complexidade do mundo em todos os seus níveis. A simplificação obscurece.
É necessária uma atitude de integração do objeto no seu contexto, colocando o foco nas inter-relações existentes entre os fenómenos e entendendo que a causalidade do mundo complexo não é linear e unidirecional, mas circular e recursiva.
Toda a aprendizagem é fatalmente provisória, inacabada e incompleta, a questionação é permanente, a demanda exige-se contínua. O conhecimento é uma construção a ser desenvolvida junto com a subjetividade da arte, em espaços consensuais e por diferentes agentes.
Estrutura de Investigação
ARS-ID é uma estrutura de investigação multidisciplinar que origina o encontro de gente – com foco na emergência artística e científica – empenhada em pensar e agir, integrando transversalmente experiências e conhecimentos em diversas áreas do saber.
Promovemos a contemporaneidade, fomentando a investigação artística e científica, num trabalho articulado com a Comunidade, as Escolas e a Universidade, estabelecendo assim uma ligação efetiva entre Arte, Educação, Ciência e Cultura.
Ecossistema de Aprendizagem
ARS-ID é essencialmente um ecossistema de aprendizagem nos diferentes campos da experiência Artística, Científica, Social e Política.
Seis Unidades de Investigação acolhem Laboratórios de pesquisa artística e científica cruzando diferentes áreas do conhecimento, no sentido de compreender as múltiplas relações entre o indivíduo e a natureza ao longo do tempo, do seu legado histórico ao presente, num compromisso sócio ambiental no sentido de um futuro sustentável cada vez mais amplo.
Dezasseis Laboratórios compreendem linhas de investigação autónomas com requisitos e especificidades singulares para a experimentação, que se assinalam por matérias próprias com as mais diversas caraterísticas e métodos de aprendizagem únicos.
Incentiva-se a descoberta de novas práticas e de novas teorias sempre assentes na singularidade das matérias e das experiências que elas promovem.
Território das Beiras e Serra da Estrela
A Estrutura de Investigação instala-se no “Território das Beiras e Serra da Estrela”, implementando um conjunto de práticas culturais transgeracionais que percorrem uma vasta região.
Esta estrutura pretende desenvolver um “ecossistema” sustentável com as diferentes comunidades no centro do processo, onde o binómio inovação – integração é nuclear.
Neste quadro de exigências, construímos um projeto acessível a todos, que funciona durante todo o ano, com atividades específicas para diferentes públicos, a várias velocidades, e que incrementa a permanência das comunidades por via dos seus ativos culturais.
Em parceria estratégica estabelecida com o Município do Fundão e diferentes parcerias com aldeias das serras circundantes, associações congéneres e Escolas, fundámos seis Unidades de Investigação.
As Unidades de Investigação são espaços de trabalho que acolhem os conteúdos dos desaseis Laboratórios de pesquisa artística e científica cruzando diferentes áreas do conhecimento onde se incluem linhas de investigação autónomas com requisitos e especificidades singulares para a investigação e experimentação teórico-prática.
Duas Unidades estão situadas no espaço urbano da cidade do Fundão – BIBLOS e COMUNA -; a Unidade CAMPUS MINEIRO situa-se no couto mineiro desativado do Cabeço do Pião; as Unidades – LUGARES DE VIDA e POVOADOS – estão instaladas em diferentes aldeias; a Unidade MAPAS, está localizada na Figueira da Foz e Lisboa, estabelecendo assim uma importante ligação da Beira Interior com o litoral e a capital do país.
A ação desta Estrutura passa fundamentalmente pela realização de atividades nos domínios da Criação e Investigação Artística e Científica, Aprendizagem, Inovação Social e Capacitação de Públicos articuladas em linhas de orientação:
– Aprendizagem Cursos Avançados, Pós-Graduações, Aprendizagem Informal e Escolas.
– Experiência Projetos teórico-práticos de inovação e desenvolvimento, articulados com meios institucionais e privados para integração na Vida Ativa.
– Investigação Projetos multidisciplinares de pesquisa e Seminários e Simpósios de investigação artística e científica.
– Promoção e divulgação Apresentações públicas, conferências, seminários, oficinas abertas, exposições, performances e edição.
O plano de atividades implica uma grande diversidade de práticas democráticas e de cidadania ligadas à cultura, expressando a abrangência de toda a realidade cultural do território, com especial atenção às populações rurais.
Por outro lado, o carácter inovador desta estrutura revela-se nas ligações da Cultura-Património com a Criatividade, promovendo seu o entrosamento com a contemporaneidade.
O Projeto da Estrutura ARS-ID está totalmente alinhado com a Estratégia Regional de Cultura 2030 da Direção Regional da Cultura do Centro e da Carta de Porto Santo “A cultura e a promoção da democracia: para uma cidadania cultural europeia”
Entendemos a aprendizagem dentro de várias perspetivas que existem em autonomia mas que se podem complementar mutuamente.
Curso Avançado em Práticas Espaciais
Oferta de módulos de estudo anuais transdisciplinares, com flexibilidade no seu planeamento e desenvolvimento concreto dos projetos pertinentes em regime de residências na natureza, fora do contexto da sala de aula.
Liberdade permanente para as práticas artísticas e científicas promovidas em constante diálogo entre lugares, partilha e acompanhamento entre investigadores das diferentes áreas.
Pós-Graduação em Arte e Natureza
Esta pós-graduação está integrada no CAN (Centro de Arte e Natureza) que tem como objetivos: compreender as múltiplas relações entre o indivíduo e a natureza, integrando diferentes áreas do conhecimento; valorizar as ligações Cultura-Património com a criatividade, no seu entrosamento com as práticas contemporâneas; promover as diferentes responsabilidades culturais, sociais e humanas face às novas questões colocadas pela complexidade do mundo contemporâneo, especialmente a emergência ecológica.
A pós-graduação tem como pressupostos transversais a análise e entendimento das relações entre os espaços e das formas que os compõem, tomando como referência direta e objeto de estudo o espaço natural do território das Beiras e da Serra da Estrela
Quando falamos das conexões entre Arte e Natureza acreditamos que os processos artísticos devem conhecer os espaços e as formas naquilo que lhes é potencialmente intrínseco e não apenas como espaços e formas físicas. Para se entenderem os vínculos entre a Arte e a Natureza deve-se refletir, também, sobre os conceitos de lugar, de pertença, de identidade e de relação. Tudo isto são também espaços, formas e matérias que se integram e interagem como sistema.
O curso ensina-nos a errar e as várias dimensões de caminho – físico ou mental, mas também enquanto relação intersticial entre essas duas realidades -, de processo. O reconhecimento da procura e da descoberta, a potencialidade da perda e do encontro.
Pretende-se a exploração, apropriação e intervenção da, e na, paisagem. Tentar olhar a realidade sob outros pontos de vista e contá-la através de ações artísticas materiais ou imateriais.
É um curso de 60 ECTS com a duração de um ano letivo dividido em dois semestres. Um total de 1680 horas de trabalho, sendo que 308 horas são de contato direto com os docentes. Desenvolve-se em regime misto, com unidades curriculares ao longo do semestre e em quatro residências de investigação artística.
Ao invés da habitual cadência da carga horária semanal que existe ao longo de um semestre, optou-se pelo regime de residência de investigação artística, dado o caráter imersivo e intenso deste tipo de formação.
Num tipo de calendário académico que não é o habitual, o curso integra quatro residências de investigação artística, quatro momentos que definem a diversidade dos espaços naturais onde os alunos vão trabalhar. Teremos assim as residências de investigação artística do Outono, do Inverno, da Primavera e do Verão.
Oferece-se aos alunos a possibilidade de experimentar e perceber as peculiaridades e idiossincrasias dos espaços naturais de trabalho em residências de investigação artística que com eles se fundem. Pretende-se uma maior abrangência e aprofundamento de conhecimentos, um entendimento total dos espaços e das formas que os integram, num sentido unitário de sistema que se carateriza, também, pela diversidade sazonal.
Escolas
Escolas são atividades simultaneamente artísticas e pedagógicas abertas às escolas parceiras da ARS-ID.
Todas estas ações, que se integram nos programas das diversas disciplinas envolvidas, dispõem dos Laboratórios como matéria e tema para a sua elaboração e manifestação.
Os espaços são todos aqueles definidos enquanto Unidades de Investigação.
Alunos e professores, nas suas realidades e práticas pedagógicas, fomentam a inclusão de modelos de conceptualização e ação artística.
Todas as atividades promovidas oferecem às escolas uma versatilidade interdisciplinar, da arte às ciências ou às humanidades, por intermédio de um contato direto com os investigadores.
Dada a natureza das diferentes propostas das escolas e face às exigências dos calendários escolares, as ações estruturam-se em dois modelos – Projeto-Escola e Residência-Escola.
- Projeto-Escola
Esta atividade de formação e educação, é simultaneamente um projeto artístico e pedagógico com o seguinte planeamento:
– Oficina-visita | Aproximação aos Laboratórios, onde se desenvolvem as várias Residências para o contacto com os artistas nos seus locais de trabalho. Pretendendo assim centrar a atenção de alunos e professores no sentido da compreensão das metodologias, técnicas e construção do processo artístico;
– Oficina-experimentação | desenvolvimento de um projeto artístico dos alunos e professores com o acompanhamento dos artistas em residência;
– Apresentações | Apresentação pública à escola e à comunidade dos trabalhos e projetos concretizados.
Objetivos Específicos:
– Proporcionar aos alunos de todos os níveis de ensino, a realização de projetos artísticos não possíveis nas instalações escolares;
– Desenvolver um conhecimento estético e uma experiência prática de intervenção no espaço urbano;
– Estimular a participação e a inclusão da comunidade escolar em ações artísticas ou de carácter transdisciplinar.
– Promover projetos e experiências que relacionem e reflitam sobre a relação entre arte e pedagogia;
– Fomentar o espírito crítico e o pensamento visual a partir de modelos contemporâneos estruturados em princípios universalistas.
- Residência Escola
A Residência-Escola funciona como complemento ao ensino secundário especializado e ensino secundário de Artes, em particular da Escola Artística António Arroio.
Pretende-se que os alunos em regime de residência estabeleçam contacto com os Artistas residentes, fomentando a importância do diálogo entre o artista emergente ou consolidado e o estudante do ensino secundário especializado.
As atividades têm lugar nas Unidades de Investigação, com condições ideais para o desenvolvimento de projetos artísticos e espaço disponível para trabalhar em diferentes escalas em termos de capacidade tecnológica, apoio técnico e artístico adequado às especificidades de cada projeto que em contexto de sala de aula não seriam possíveis.
Esta atividade, que decorre com a Escola Artística António Arroio desde 2014, agregando os Agrupamentos de Escolas do concelho do Fundão, pretende ter o seu natural desenvolvimento perspetivando a possibilidade de abertura destas residências a novas escolas.
Destaca-se a importância da experiência obtida nestas residências para o desenvolvimento artístico e curricular dos seus alunos obtendo novos objetos de estudo e diferentes perspetivas de trabalho durante um período letivo inteiro.
Destaca-se também a partilha de práticas artísticas e pedagógicas para a inclusão dos alunos com necessidades especiais em todas as atividades desenvolvidas.
O seu planeamento compreende:
1 – Residência Investigação e Criação com a duração até oito dias, com disponibilização de espaços adequados para a realização dos projetos, apoio técnico e humano e materiais e ferramentas de trabalho necessários, bem como alojamento e alimentação;
2 – Apresentação pública da experiência é efetuada na própria escola.
Objetivos Específicos:
– Desenvolver projetos teórico-práticos com o intuito de enriquecer o currículo dos alunos;
– Proporcionar aos alunos das escolas de ensino artístico, a realização de projetos artísticos não possíveis nas instalações escolares;
– Desenvolver um conhecimento estético e uma experiência prática de intervenção na paisagem;
– Desenvolver competências que se baseiam sobretudo numa relação direta com a profissionalização futura;
– Fomentar o espírito crítico e o pensamento visual a partir de modelos contemporâneos estruturados em princípios universalistas.
Aprendizagem Informal
Aproximação às Unidades de Investigação e aos Laboratórios, onde se desenvolvem todos os projetos de investigação artística, científica e de inovação social, estabelecendo contato direto com os investigadores nos seus locais de trabalho e com a população local interveniente.
As atividades centram-se na compreensão das metodologias, técnicas e construção do processo artístico, assim como de técnicas e ofícios ligados à história do território, através de uma aprendizagem informal sem recurso ao uso de um programa rígido, sendo este de carácter livre nas áreas das Artes Plásticas, Música, Cinema, Artes Performativas, Documentação e outras áreas científicas consideradas relevantes.
Estão disponíveis a toda a população local, de todas as idades, em 3 níveis progressivos de integração nos Laboratórios:
– Nível base Aprendizagem informal, estímulo da experimentação, partilha e utilização de estúdios e participação nos projetos desenvolvidos nos Laboratórios;
– Nível intermédio Convite a voluntários para os projetos dos Laboratórios.
Formação mínima em produção artística, compreensão das técnicas e dos ofícios ligados à história do território e introdução a ferramentas de projeto;
– Nível autónomo Participação integral em todos os espaços de criação.
Organização e manutenção dos espaços. Participação e iniciativa na organização de eventos e dinamização das atividades da Unidade de investigação.
Experiência | Inserção na Vida Ativa
O conceito Inserção na Vida Ativa promove a articulação de ex-alunos, com formação superior específica em artes visuais e performativas, com o mercado de trabalho artístico.
Definimos espaços de trabalho, dentro das nossas Unidades de Investigação, que permitem o desenvolvimento de linguagens individuais, através de metodologias de trabalho adotadas em função das necessidades individuais de cada um. Propomos a elaboração de projetos de investigação, nas áreas das artes visuais e performativas, em articulação com meios de difusão institucionais ou comerciais.
Criamos medidas de incentivo à implementação e prossecução de práticas de conceção e realização artísticas através da possibilidade de integração no mercado de trabalho constituindo uma rede nacional e europeia de espaços de exposição que disponibilizamos aos participantes.
Este programa é destinado a todos os ex-alunos com grau de licenciatura, mestrado ou doutoramento, de áreas artísticas, atribuídos por universidades, ou institutos politécnicos, nacionais ou estrangeiros.
Não se pretende uma adequação a conceitos de gosto, mas a possibilidade de encontrar espaços de discussão e divulgação ajustados às mais diversas idiossincrasias.
Definimos como objetivos o desenvolvimento de competências que se baseiam, sobretudo, numa relação direta com a profissionalização futura clarificando questões e sistematizando conteúdos.
Assim, e em linhas gerais, pretende-se acima de tudo desenvolver a capacidade de conceber, estruturar, realizar e efetivar investigação artística em articulação, ou não, com meios de dinamização e difusão institucionais ou comerciais, com todas as variantes que este processo implica: conceptualização, calendarização, plano orçamental, angariação de fundos, contatos de parceria, etc.
Para o desenvolvimento dos projetos são disponibilizados os conteúdos dos diversos Laboratórios e os espaços das diferentes Unidades de Investigação para trabalho prático, projetual e de experimentação, apoio técnico e humano, materiais e ferramentas de trabalho, alojamento e ainda espaços de intervenção, integração e exposição.
Integração | Comunidades
Esta atividade, um projeto artístico e social, tem como principal objetivo contribuir para o acolhimento, a capacitação e a autonomia das comunidades migrantes e minoritárias residentes no concelho do Fundão. Pretende-se promover a participação destas comunidades nos diferentes laboratórios de investigação e criação da ARS-ID, fomentando a prática artística e o trabalho de reflexão em torno da realidade das migrações e dos desafios da inclusão e integração social.
Resulta de um trabalho de parceria com as principais entidades que trabalham a integração das comunidades migrantes e a promoção da diversidade cultural no território: o Centro de Migrações do Fundão, os Agrupamentos Escolares do Fundão, a Escola Profissional do Fundão e a Matriz – Programa Escolhas 8G.
As diferentes atividades são desenhadas, de forma a integrar as comunidades migrantes e minoritárias nas práticas artísticas propostas, numa dimensão transdisciplinar e num contato direto com os investigadores e artistas das diferentes unidades e laboratórios de investigação.
A ARS-ID disponibiliza aos investigadores seis Unidades de Investigação, onde se desenvolvem as várias atividades de pesquisa artística e científica dentro das linhas definidas pelos dezasseis Laboratórios programáticos existentes, bem como toda a envolvente cultural no contexto de cada espaço territorial.
Unidades de Investigação
BIBLOS (Fundão),
COMUNA (Fundão),
CAMPUS MINEIRO (Cabeço do Pião),
LUGARES DE VIDA (Aldeias da Serra da Estrela),
POVOADOS (Aldeias do Xisto)
MAPAS (Figueira-da-Foz).
Escolher investigar e criar connosco
– Unidades de Investigação próximas da natureza e das comunidades que vivem com a natureza oferecem-se como território exemplar para o estudo das complexidades sociais e ambientais representativas de qualquer região do Sul da Europa e Mediterrâneo.
– Flexibilidade no planeamento e desenvolvimento concreto dos projetos pertinentes em regime de residências de investigação artística e científica fora do contexto da sala de aula.
– Liberdade permanente para as práticas artísticas e científicas promovidas em constante diálogo, partilha e acompanhamento entre investigadores das diferentes áreas.
Modalidades de Investigação
– Criação enquadrada pelos 16 Laboratórios temáticos e localizada nas seis unidades de Investigação.
– Acolhimento de projetos cofinanciados, individuais ou coletivos, com recurso a residência em qualquer Unidade de Investigação preferencialmente alinhados com a génese da ARS-ID.
Itinerâncias
Todos os projetos de Investigação artística e científica concretizam-se em trabalhos de especulação prática que serão apresentados e expostos publicamente nos locais onde se realizaram.
Estes trabalhos constituem-se como núcleos expositivos, performances, apresentações itinerantes que percorrem os diferentes espaços do Mapa de Lugares.
Pretende-se assim contribuir para uma oferta heterogénea e regular em todo território da ARS-ID, favorecer a participação efetiva de todos os intervenientes em todas as fases, desde a sua génese e formulação à sua exteriorização e desafiar os parceiros institucionais a promoverem uma programação exigente e regular de exposições nos domínios da arte e da ciência contemporâneas.
Edição
Pelo seu carácter de pesquisa teórico-prática o projeto originará múltiplos trabalhos nos mais diversos formatos e meios que passarão a formar parte de uma base de dados para posteriores investigações e constituição de núcleos expositivos.
Todo o trabalho de seleção, de registo e catalogação digital é feito pela equipa em conjunto com os investigadores de modo a garantir o devido acompanhamento e adequação necessária à autenticidade de cada registo, sua reprodução e condições de apresentação.
Todos os formatos de apontamentos ou trabalhos na sua multiplicidade são registados e guardadas cópias nos nossos arquivos. Pretendemos entrosar um arquivo digital entre dois canais de edição para a sua praticabilidade e publicitação: um de produção de conteúdos – Diário digital -; outro de seleção de conteúdos – Catálogo Digital.
Diário Digital
Disponibilização de uma página on line para cada um dos investigadores em residência. Pretende-se assim aproximar o público do dia-a-dia dos projetos em desenvolvimento.
Catálogo Digital Anual
Prevemos anualmente um momento de reflexão que o afastamento temporal permite.
A partir desta recolha, o Conselho Científico e Cultural e a direção artística do ARS-ID, fará uma avaliação no sentido de preparar um Catálogo Digital Anual que informe e documente os percursos anuais das ações individuais e coletivas de cada Residência de Investigação, Simpósio, Seminário, Escolas, Comunidade, etc.
XXX Livros de Autor
Lançamento, dentro da atividade de criação do Biblos, de uma coleção de livros físicos de investigador onde se expõe o trabalho realizado e toda a vivência da investigação.
Pretende-se aqui promover técnicas de divulgação adequadas aos processos e métodos de investigação e com respeito aos tempos necessários de maturação exigíveis, favorecer a participação efetiva de todos os intervenientes em todas as fases, desde a sua origem e formulação à sua exteriorização e mostra, cativando públicos pela qualidade, detalhe e complementaridade das apresentações das diversas atividades e expressões.
Plataforma interativa | Buraco Negro
Em paralelo à constituição do Diário Digital e dos diferentes arquivos, pretende-se que todas as pessoas que estejam, ou tenham estado, em investigação possam continuar a desenvolver o seu trabalho em canais participativos na plataforma interativa Buraco Negro.
Esta plataforma visa ampliar a comunicação direta com o público, dando a possibilidade de estabelecer conexões, relatos, processos para um público mais alargado, além do público que acompanha as residências e apresentações públicas, que assim pode continuar a manter contacto com os artistas e investigadores por um período temporal maior.
O quadro operacional implementado no território da estrutura ARS-ID completa-se com um conjunto de Projetos de Inovação e Desenvolvimento, implementados ao longo dos últimos catorze anos.
CAN Centro de Arte e Natureza 2022
BOSQUES Ciências Ambientais 2018
PONTES Acão Artística 2015
CINEMA Cultura Cinematográfica 2010
TEMPO MEMÓRIA Inovação Social 2008
O CAN – Centro de Arte e Natureza tem como pressuposto a análise e entendimento holístico das relações entre Arte e a Natureza. Espaços, formas, matérias e pessoas que se integram e interagem como sistema naquilo que lhes é intrínseco. Refletir e experimentar acerca dos elementos do meio e suas relações, tangíveis e intangíveis.
Envolve, igualmente, uma dimensão territorial associada com a paisagem, procurando contribuir para uma melhor compreensão dos elementos naturais e processos envolvidos, de formas de intervenção, da sua interpretação e expressão artística.
Tem como objetivos compreender as múltiplas relações entre o indivíduo e a natureza, integrando diferentes áreas do conhecimento; valorizar as ligações da Cultura-Património com a criatividade, no seu entrosamento com as práticas contemporâneas; promover as diferentes responsabilidades culturais, sociais e humanas face às novas questões colocadas pela complexidade do mundo contemporâneo, especialmente a emergência ecológica.
Visa-se permitir o desenvolvimento de projetos ID – doutoramentos, mestrados, e pós-graduações -, projetos transdisciplinares de pesquisa e seminários de investigação, projetos experimentais e aprendizagens, bem como a promoção e divulgação de diferentes atividades de modo uniforme em todo o território através de edições, apresentações públicas, exposições, performances, projeções cinematográficas, residências de investigação artística, simpósios, seminários e conferências.
O projeto do CAN resulta de uma parceria com o Município do Fundão, a Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e possui três valências:
– Polo Universitário – convoca as Universidades parceiras, promovendo a implementação de Pós-graduações, Mestrados e Doutoramentos, para desenvolvimento de projetos de investigação no território no âmbito dos objetivos que se propõem.
Inaugura em 2022 com a Pós-graduação Arte e Natureza promovida pela FBAUL e UTAD.
– Rede de investigação – visa incorporar Universidades, Centros de Investigação, Escolas Superiores, Associações congéneres e ONGs nacionais e internacionais.
– Promoção e aprendizagem da Arte e da Ciência para a Cultura – integra um conjunto de atividades, constituídas por edições, apresentações públicas, exposições, performances, projeções cinematográficas, residências de investigação artística, simpósios, conferências e seminários, articuladas com os programas dos restantes projetos.
O Projeto Bosques, iniciado em 2018, tem como objetivo principal consciencializar para a importância da floresta autóctone e da Silvicultura Próxima da Natureza como parte integrante da sustentabilidade e o benefício para a preservação e melhoria tanto do ambiente como da qualidade de vida da sociedade humana.
Desde a sua criação, este projeto assumiu o propósito de contribuir para uma maior valorização da paisagem florestal natural dos territórios promovendo práticas de silvicultura que assegurem a integridade ecológica dos ecossistemas florestais e a sua valorização.
O Projeto Bosques é desenvolvido em parceria com a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e a Pro Silva Internacional.
Projeto de Ação Artística iniciado em 2015, apoiado e cofinanciado pela DGArtes e Município do Fundão, conta com um intenso programa de atividades de investigação, criação e promoção artística e educativa.
Nos últimos anos o projeto teve também o apoio dos Municípios da Guarda, Celorico da Beira, Belmonte, bem como outras entidades de âmbito regional, nacional e internacional, envolvendo as componentes de documentação e investigação, mas também exposições, encontros, seminários, conferências e edições.
O Projeto Pontes é também o principal instrumento de financiamento da ARS-ID, antes designada por Luzlinar, pela Direção Geral das Artes / Ministério da Cultura no âmbito dos apoios sustentados.
Este projeto, iniciado em 2010, pretende desenvolver e implementar estratégias inovadoras no sentido de levar todos os públicos a descobrir, a conhecer e a viver o cinema.
Entendemos que a cultura cinematográfica pode estimular novas experiências envolvendo as diferentes áreas do conhecimento, promovendo assim uma cultura visual no sentido da fruição estética e simultaneamente da pedagogia da imagem em todo o processo de aprendizagem.
Por outro lado, entendendo o cinema enquanto instância estética e simbólica, pensamos indispensável também estimular uma abordagem no plano ético por via da formulação sistemática de questões relacionadas com a ética no âmbito das imagens cinematográficas e outras narrativas visuais.
Este projeto de cinema, apoiado na experiência de dez anos de concretização do Seminário Internacional de Cinema – Encontros Cinematográficos -, iniciado na Guarda em 2010 e que posteriormente transitou para o Fundão, é considerado por inúmeros especialistas como um dos mais singulares Seminários de cinema em Portugal.
O projeto agrega ainda mais três programas de atividades para públicos muito específicos, Jovens, Seniores e Populações Rurais, que articulamos com as atividades dos restantes projetos culturais:
– Cinema Juventude
Desenvolve uma estratégia inovadora no sentido de levar as crianças e os jovens a descobrir, a conhecer e a viver o cinema.
– Cinema Gerações
Compreende a investigação, a seleção e recolha das memórias das pessoas seniores, promovendo sessões de trabalho no sentido de estimular nos participantes a ativação da memória de uma geração a exprimir-se através da linguagem audiovisual.
– Olhares da Terra
Ciclos de cinema itinerante, a partir de filmes de diferentes géneros, cuja temática comum assenta no mundo rural, suas tradições, mutações, contradições e desafios, integrado no Laboratório Estações Bucólicas.
São parceiros do projeto o Município do Fundão, a Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema, O Instituto de Cinema e Audiovisual, a Universidade da Beira Interior e o conjunto das autarquias onde decorrem as atividades.
Projeto iniciado em 2008, dedicado exclusivamente à população sénior, implementado no território em articulação com os Municípios parceiros e instituições sociais.
Propõe-se a exteriorização da expressão íntima, daquilo que o tempo moldou e aquilo que a memória permitiu manter. Interessa revelar a dimensão inconsciente de um modo não estereotipado, perfeita e completamente liberta de modelos de materialização pré-formatados por questões de gosto ou moda. Provoca-se um tipo de expressão plástica intuitiva, única e pessoal de pessoas sem formação académica específica na criação de objetos de carácter artístico fora de quaisquer sistemas.
Compreende a investigação, a seleção e recolha das memórias das pessoas seniores. Procura promover sessões de trabalho no sentido de estimular nos participantes a ativação da memória de uma geração que nunca se exprimiu através de qualquer linguagem artística, tornando presente um património imaterial esquecido e que através do desenho ou do audiovisual se expõe na sua autenticidade.
Pretende-se:
– Compreender o desenho/documento audiovisual como documento etnográfico.
– Fomentar a importância da criação de uma catalogação da memória de pessoas seniores desenvolvida através das práticas artísticas e científicas.
– Envolver as entidades locais (Municípios, centros de dia, lares) e as instituições com características adequadas para o desenvolvimento do projeto artístico.
O Território de ação do ARS-ID amplia-se por um Mapa de Lugares que lhe permite a sua expansão e internacionalização.
Mapa de Lugares
Fundão
Espaço Biblos
Espaço Pontes
Moagem – Cidade do Engenho e das Artes
Campus Mineiro (Cabeço do Pião)
Aldeias da Serra da estrela
Espaço Albergue | União de Freguesias de Corujeira e Trinta
Espaço Escola | Freguesia de Meios
Centro Cultural de Famalicão da Serra
Aldeias de Xisto
27 Aldeias distribuídas pela Região Centro
Figueira da foz
Pró Histórica
Lisboa
Casa da Penumbra
Appleton
Europa
PAN – Morille (Salamanca)
DTK – Det Tverrfaglige Kunstinstitutt (Oslo)
A ARS-ID reúne um conjunto de parcerias consolidadas com um trabalho ininterrupto ao longo dos últimos seis anos.
Parceiro estratégico
– Câmara Municipal do Fundão
Moagem-Cidade de Engenho e das Artes | Museu Arqueológico José Monteiro | Rede Museológica do Concelho do Fundão | Rede de Casas Temáticas | Centro para as Migrações do Fundão | Projeto Matriz | Fab Lab Aldeias do Xisto
Autarquias
– Freguesia de Silvares
– Freguesia de Barroca do Zêzere
– União de Freguesias Corujeira e Trinta
– Freguesia de Meios
– Freguesia de Famalicão da Serra
Instituições públicas
– Direcção-Geral das Artes
– Direção Regional da Cultura do Centro
– Instituto do Cinema e do Audiovisual
– Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema
Ensino básico , secundário e especializado
– Escola Artística António Arroio
– Agrupamento de Escolas do Fundão
– Agrupamento de Escolas da Gardunha e Xisto
Ensino superior e investigação
– Universidade de Lisboa | Faculdade de Belas Artes | CIEBA
– Universidade de Trás os Montes e Alto Douro | CITAB
– Universidade da Beira Interior | LABCOM |Museu de Lanifícios | Real Fábrica dos Panos
– Universidad de Salamanca | Fundación General
Congéneres
– Pró Histórica / Penumbra
– Aldeias do Xisto | ADXTUR
– Associação Parasita
– Rumo do Fumo
– Apneia Colectiva
– Bluff Associação Cultural
– Appleton, Associação Cultural
– Associação Viver a Ciência
– PAN – Encuentro y Festival Transfronterizo de Poesía, Patrimonio y Arte
– DTK- Det Tverrfaglige Kunstinstitutt
– Pro Silva Internacional
Natureza e constituição
O CCC é um órgão de natureza consultiva destinado a apoiar os processos de decisão da ARS-ID e é composto por dez membros, cinco permanentes e cinco convidados;
O grupo de membros permanentes é constituído por elementos da direção e representantes das principais instituições parceiras e associados.
O grupo de membros convidados é constituído por especialistas das áreas das artes, das ciências e das humanidades, bem como por representantes das instituições públicas, organizações ou congéneres internacionais com relevância e intervenção no domínio dos interesses do projeto.
O conselho reúne anualmente, sob direção de um Presidente.
Consultores
– Arte, Ciência e Cultura
Helena Elias, Sérgio Vicente, Paulo Robalo, Maria Barroco, Carlos Oliveira, César Prata, Júlio Silva, Vítor Amaral, António Ferreira, Pedro Salvado, Manuel Ambrósio Sanches, Elsa Gonçalves, Mariana Fernandes, Rosalina Gomes, Nuno Garcia, José Luís Oliveira, Miguel Cardoso, Luís Sousa e João Cabral.