Antes da chegada dos romanos, antes do neolítico, antes dos menires, “a única arquitetura simbólica capaz de modificar o ambiente era o caminhar, uma ação que, simultaneamente, é ato percetivo e ato criativo, que ao mesmo tempo é leitura e escrita do território.” (CARERI, Francesco, Walkscapes, O Caminhar como Prática Estética, p. 51)

Que imagens se podem criar a partir das referências que existem, o que é que esses caminhos viveram, que história percorreu aquelas vias?

O convite que se faz é o de voltar a pisar caminhos que foram pisados desde há mais de vinte e um séculos. Não se trata de um passeio mas de um caminhar e com ele encontrar o sentido de odós, a palavra grega que significa estrada, caminho, viagem.

Enfatizar a dimensão da experiência sensível e afetiva do caminhar.
Caminhar como meio de conhecimento fenomenológico, como ação física dos corpos no espaço.
Construir uma relação com o território, interpretá-lo simbolicamente, criar significados. Caminhar como ação estética e científica, como conhecimento.
Transformar a ação do próprio corpo e das suas possibilidades de movimento – o esforço dos braços e das pernas – como ato simbólico no espaço, construir um significado singular, uma dimensão intersubjetiva e pessoal com o lugar.
Propõe-se a realização de percursos como forma de arte, como operação estética.