Génese

A Torre é símbolo da vigilância e mito ascensional, fixa um centro. Ao afirmar-se a torre como centro, “apenas se afirma a consciência da emoção da nossa presença em cada lugar, em cada espaço, em cada tempo ou em cada acontecimento. A vida e as emoções comandam a ordem das coisas, e estas coisas, tal como nós próprios, são feitas das matérias que têm como característica o facto de possuírem uma plasticidade infinita para se deixarem transformar naquilo que a nossa individualidade lhes ordenar.” [1]

A torre evoca-nos Babel, a porta do céu, o mito de origem usado na Bíblia para explicar a disseminação da humanidade pelo mundo e as diferentes línguas faladas:

“1. Ora na terra não havia senão uma linguagem e um mesmo modo de falar.
2. E os homens, tendo partido do oriente, acharam um campo na terra de Senaar e habitaram nêle.
3. E disseram uns para os outros: Vinde, façamos tijolos e cozamo-los no fogo. Êles pois se serviram de tijolos por pedras, e de betume por cal traçada.
4. E disseram uns para os outros:  Vinde, façamos para nós uma cidade, e uma tôrre, cujo cume chegue até ao céu e façamos célebre o nosso nome, antes que nos espalhemos por toda a terra.
5. O Senhor porém desceu, para ver a cidade, e a tôrre que os filhos de Adão edificavam, e disse:
6. Eis aqui um só povo, e uma só linguagem de todos; e pois que eles começaram esta obra, não desistirão do seu intento, menos que o não tenham de todo executado.
7. Vinde pois, desçamos, e confundamos de tal sorte a sua linguagem, que não ouça cada um a voz do que lhe está próximo.
8. E desta maneira é que o Senhor os espalhou daquele lugar para todos os países da terra, e êles cessaram de edificar a cidade.
9. E por isso lhe foi posto o nome de Babel, porque nela sucedeu a confusão da linguagem de toda a terra. E dali os espalhou o Senhor por todas as regiões.” [2]

Retirando o carácter fatídico com que a Bíblia a reveste – o castigo divino sobre a arrogância, orgulho e paganismo humanos que supostamente se queriam igualar à grandeza de Deus -, a torre de Babel é uma apologia à multiculturalidade e subverte-se em centro para onde convergem as dissemelhanças, as desigualdades e as diversidades, cumprindo então o seu destino de mito ascensional da humanidade.

Um centro onde os limites espaciais se mostram menos rígidos, mais porosos, quase líquidos pela necessidade de mistura e combinação.
Um centro que se constitui como matéria conceptual que define o universo daquilo que somos e determina aquilo que fazemos.
Um centro que é unívoco e não somente uno.

Unívoco porque complexo, porque nele se implicam “conceitos como globalização, multiculturalismo, hibridismo, geocentrismo, heliocentrismo ou deambulação que subjacentemente referem assuntos que tratam dos pontos, dos limites, das fronteiras e dos conflitos, do bem-estar e do mal-estar, dos lugares que ocupamos, da relação entre as nossas individualidades, dos poderes e dos seus respectivos ícones.” [3]

Aquilo que realizamos corresponde à matéria que carrega dentro de si o tamanho, a quantidade e o tempo de uma torre de Babel. A capacidade que temos de trabalhar a matéria, de transformar essa matéria em outras torres, faz de cada um de nós um potenciador de centros.

 

[1] SALTEIRO, Ilídio, O Centro do Mundo, ed. do autor, Lisboa 2013, pp. 17 e 18
[2] A BÍBLIA SAGRADA contendo o Velho e o Novo Testamento, segundo a vulgata latina pelo padre António Pereira de Figueiredo, Dep. das Escrituras Sagradas, Lisboa, 1940, Génesis 11:1-9, p. 10
[3] SALTEIRO, Ilídio, idem, p. 17

Unir – Criar – Guardar

A Unidade de investigação TORRE promove um conhecimento – informado e flexível – das disciplinas da História para a descoberta de um novo olhar sobre os territórios.
A ideia de CRUZAMENTO surge como imaginário histórico e geográfico da vila de Celorico da Beira ao longo dos tempos, enquanto intersecção de caminhos, posto intermédio de trocas de bens ou fluxo de pessoas.
Propõe-se o estudo de um tempo composto – passado, presente e futuro – envolvendo as inscrições e vivências da passagem, da viagem e da paragem.
Para o estudo historiográfico, em Cruzamento-Diálogo com a contemporaneidade, a Torre promove projectos de investigação artística e científica sobre dois requisitos:

– Dados do Conhecimento Passado – Saber;
– Dados da Imaginação do Futuro – Projectar.

Os laboratórios compostos por diferentes linhas de investigação exigem, para além de um saber critico, uma capacidade “errática” para imaginar futuro.

Cada um dos dois requisitos constituem as orientações para 3 níveis comunicantes – UNIR CRIAR GUARDAR – que fazem corresponder os laboratórios de investigação: Mons Herminius Itinera; Khrónos; Biblos.

– Unir os horizontes do tempo pela faculdade de os Imaginar.
– Criar, na complexidade dos Territórios, a possibilidade de os experienciar.
– Guardar património-cultura como activo futuro de construção permanente dos símbolos e memória
dos indivíduos e suas comunidades.

Celorico da Beira

TORRE DO CASTELO
Espaço de exposições
Espaço de apresentações
Espaço de Eventos ao ar-livre

ESCORIAL
Projecto Bosques
Cidade Pomar

 

Parceiros locais
(em desenvolvimento)

Mons Herminius Itinera Transdisciplinar

Sediado em Celorico da Beira
Projecto Comum a todos os Centros de Investigação ARS:Luzlinar.

Antes da chegada dos romanos, antes do neolítico, antes dos menires, “a única arquitectura simbólica capaz de modificar o ambiente era o caminhar, uma ação que, simultaneamente, é ato perceptivo e ato criativo, que ao mesmo tempo é leitura e escrita do território.”

Que imagens se podem criar a partir das referências que existem, o que é que esses caminhos viveram, que história percorreu aquelas vias?

O convite que se faz é o de voltar a pisar os mesmos caminhos que foram pisados desde há mais de vinte e um séculos. Não se trata de um passeio mas de um caminhar e com ele encontrar sentido para hodos, a palavra grega que significa estrada, caminho, viagem.

Enfatizar a dimensão da experiência sensível e afectiva do caminhar.

Caminhar como meio de conhecimento fenomenológico, como acção física dos corpos no espaço.

Construir uma relação com o território, interpreta-lo simbolicamente, criar significados. Caminhar como acção estética e científica, como conhecimento.

Transformar a acção do próprio corpo e das suas possibilidades de movimento – o esforço dos braços e das pernas – como acto simbólico no espaço, construir um significado singular, uma dimensão intersubjectiva e pessoal com o lugar.

Propõe-se realizar percursos dentro dos itinerários romanos da Serra da Estrela mas como forma de arte, como operação estética.

Khrónos História

Para este Laboratório a matéria prima é a história e as ferramentas são o tempo e o espaço. Uma dimensão “na qual não habitam presente, passado e futuro, mas diversas temporalidades suspensas, (…) fragmentos de tempo presentes no tempo atual.” [1]

O conceito de tempo expressa, basicamente, uma sucessão e/ou duração de acontecimentos e pode ser observável através de um movimento. Quando imaginamos o tempo damos-lhe sempre uma extensão, o tempo existe sempre para lá, como se do espaço se tratasse, para trás e para a frente.

É difícil entender o tempo do agora, entendemos mais facilmente o tempo como futuro, ou como passado. Tempo é transformação, mudança e metamorfose e pode ser quantificado por uma medida, o antes e o depois, o passado e o futuro. E na verdade o presente é o momento que rapidamente se torna em passado. Concebido como irreversível, o tempo é o lapso que medeia entre duas situações e é nessa diferença que o tempo se torna perceptível. Tempo é ainda ritmo e harmonia, sincronia, acronia e diacronia.

Altura, largura e profundidade estabelecem as coordenadas espaciais, o tempo tal como o espaço envolve-nos. O espaço não existe apenas enquanto elemento fixo, ou relativamente à nossa imobilidade, o ser humano move-se, e com o movimento o espaço passa a ser percepcionado enquanto por quatro dimensões – altura, largura, profundidade e tempo. É na mobilidade pelo espaço que têm lugar as acções humanas. A partir do momento em que nos movimentamos, o espaço anteriormente estático e limitado, passa a ser ao mesmo tempo efémero e infinito. Efémero porque visto fragmentariamente, com limites de princípio e fim; infinito porque incomensurável.

Quando falamos de história falamos de espaço e de tempo. Mas história é também estudar a matéria, a matéria não sendo o importante, mas sim a sua transformação, que mais não é que o tempo percebido. Não podemos conceber o espaço ou a matéria sem a participação do tempo como configurador do universo a que pertencemos.

Num território de espaços e tempos em contínua transformação, o tempo e o espaço tornam-se contexto para a materialização de actividades artísticas: o tempo da história e o espaço concreto entre as várias camadas da história para lá da história que é contada.

Propõe-se a realização de acções através da revisitação de um determinado espaço físico num determinado tempo cronológico. Utilizam-se referências históricas (espaço e tempo) como base de trabalho. Contrapõe-se a arte contemporânea à história, como uma “contradição existencial entre o caçador paleolítico e o arqueólogo de futuros abandonados”[2] que se define sempre como espaço e tempo.

[1] CARERI, Francesco, Walkscapes, O Caminhar como Prática Estética, (trad. Frederico Bonaldo), ed. Gustavo Gili, São Paulo, 2015, p. 143
[2] CARERI, Idem

Cidade Pomar
Natureza Organizada / Ordem Permanente

Objectivo:

A implementar na vila de Celorico da Beira um laboratório de investigação artística e científica de ar livre que combine arte, natureza e cidade – CIDADE POMAR – um “Pomar/Jardim” ou “Mosaico de Pomares”.

Ideia Inaugural:

A ideia inicial para esta proposta surgiu pela observação do “Pomar” desenvolvido pelos Árabes, concretamente os laranjais, que trouxeram a laranja da China e a combinaram com a geometria Egípcia que já tinham observado nos jardins Persas, moldando depois a paisagem das urbes que foram construindo por todo o al-Andaluz e mais especificamente em Sevilha, Córdova e Granada.

Por outro lado, as árvores e os pomares das cidades surgem na poesia desde a Antiguidade Clássica com Homero, Virgílio ou Ovídio, bem como nas diferentes mitologias onde são extraordinariamente relevantes, por vezes até estruturantes. Para além de serem uma presença contínua na observação da vida e acção humanas, são os próprios humanos a eternizarem-se simbolicamente nas próprias árvores como acontece com os mitos das Helíades, de Dríope e de Dafne onde ninfas são transformadas em choupos, jujubeira e loureiro, respectivamente.

Natureza Organizada

A geometria a determinar uma “ordem permanente” da natureza.
É possível que esta ideia tenha começado no Egipto com a invenção da geometria na modelação da natureza, tendo-se depois expandido e desenvolvido na Pérsia (onde a palavra jardim já significava paraíso) com a geometria a determinar uma “ordem permanente” da natureza. Posteriormente, este conceito ganhará uma dimensão sagrada nas diferentes civilizações e em praticamente todas as religiões universais. Já no que diz respeito ao pensamento, as “filosofias da natureza” de Platão, Aristóteles e mais tarde Alfarafi inauguram uma etapa que só terá novos desenvolvimentos a partir do séc. XVII com Espinosa, Descartes, Bacon e depois com os Iluministas que se seguiram.
Como a revolução industrial origina alterações demográficas nunca vistas, surge pela primeira vez a necessidade de outro tipo de pensamento. Foi necessário repensar rapidamente as “novas” urbes onde a vida dos seus habitantes era extremamente precária e degradante.

Assim, é já em finais do século XIX e princípios do seguinte que surgem novos conceitos genericamente relacionados com o que hoje se entende por “arquitectura da paisagem”.

A Árvore como “Centro”

A árvore é o elemento natural mais frequente na paisagem urbana, tendo a relação desta com a cidade uma longa tradição, podendo ser considerada a principal presença viva da natureza junto do homem.
Proposta de Pesquisa e Desenvolvimento
Propõe-se a exploração dos binómios:
Natureza Organizada/Ordem Permanente e Espaço/Ambiente
Espaço
– Espaço físico – cartesiano (coordenadas)
– Espaço perceptivo – filosófico (percepção imediata do ambiente / geradora de pensamento)
– Espaço cognitivo – representação mental do individuo na experiencia directa/indirecta
Ambiente
– Bem-estar (vida actual)
– Futuro (vida futura)
– Valor intrínseco da natureza

 

..

 

Natureza Organizada

1. Espaço / Ambiente.
Examinar as relações que os habitantes desenvolvem com o seu tempo de permanência nos lugares.
2. Ampliar e desenvolver o binómio espaço – ambiente
– Espaço (espaço físico, perceptivo e cognitivo)
– Ambiente (bem estar, futuro e valor intrínseco da Natureza).
3. Projectar e construir os lugares para habitar a cidade.  Habitar os lugares da cidade envolvendo a participação da comunidade no processo.

 

Pollen

1. A Árvore como “Centro”.
A árvore é o elemento natural mais frequente na paisagem urbana, tendo a relação desta com a cidade uma longa tradição, podendo ser considerada a principal presença viva da natureza junto do homem.
2. Observar o pólen enquanto símbolo de um processo primordial da Natureza.
3. Linha de investigação pedagógica para preparação de acções artísticas e performativas, para espaço público e usufruto da cidade, a desenvolver com os alunos da escola e os artistas residentes.

 

Mosaicos

1. Explorar as relações das gentes com a natureza sobre a perspectiva Natureza Organizada / Ordem Permanente
2. Examinar como a geometria determina uma ordem permanente.
3. Mapeamento e análise dos vazios urbanos, intersticiais para criação de “Pomares”, concepções, possibilidades, aplicações na projecção de modelos de jardim.

Escola

. Projecto-Escola

Agrupamento de Escolas do Fundão

Este Projecto de Formação e Educação Artística pretende dar continuidade ao trabalho desenvolvido nos últimos três anos no âmbito do projecto Pontes (2015/2017). Todas as actividades dispõem dos Laboratório Comuna como matéria, tema, espaço, lugar para a sua manifestação e desenvolvimento.
O Projecto-Escola é simultaneamente um projecto artístico e pedagógico aberto às escolas parceiras da Luzlinar definidas na rede-de-lugares do projecto Pontes.
O projecto conta com alunos e professores, sua realidade e prática pedagógica, para lhes fomentar a inclusão de modelos de conceptualização e acção artística. Todas as actividades promovidas oferecem às escolas uma versatilidade inter-disciplinar, da arte às ciências, ao desporto e às humanidades, por intermédio de um contacto directo com os artistas.
A programação é contínua, ao longo de cada ano lectivo, e composta por actividades concebidas entre a equipa do Projecto Pontes e os respectivos corpos docentes.
Dada a natureza das diferentes propostas das escolas e face às exigências dos calendários escolares, o projecto estrutura-se da seguinte forma: oficina-visita; oficina-projecto; apresentação pública.

Planeamento
1 – Oficina . visita – (10 sessões) Aproximação ao Laboratório  Comuna, onde se desenvolvem as várias Residências para o contacto com os artistas nos seus locais de trabalho. Pretendendo assim centrar a atenção de alunos e professores no sentido da compreensão das metodologias, técnicas e construção do processo artístico.
2 – Oficina . Projecto – (10 sessões por ano lectivo) para desenvolvimento de um projecto artístico dos alunos e professores de cada agrupamento, com o acompanhamento de um artista em tutoria.
3 – Apresentação pública à escola e à comunidade – 5 sessões por ano.

Objectivos Específicos

– Proporcionar aos alunos de todos os níveis de ensino, a realização de projectos artísticos não possíveis nas instalações escolares.
– Desenvolver um conhecimento estético e uma experiência prática de intervenção no espaço urbano.
– Estimular a participação e a inclusão da comunidade escolar em acções artísticas ou de carácter transdisciplinar.
– Promover projectos e experiências que relacionem e reflictam sobre a relação entre arte e pedagogia.
– Fomentar o espírito crítico e o pensamento visual a partir de modelos contemporâneos estruturados em princípios universalistas.

. Residência Escola

Este Projecto de Formação e Educação Artística, é simultaneamente um projecto artístico e pedagógico.
A Residência-Escola funciona como complemento ao ensino secundário especializado e ensino secundário de Artes.
Pretende-se que os alunos em regime de residência estabeleçam contacto com os Artistas em Tutoria ou residentes no âmbito do Projecto Pontes, fomentando a importância do diálogo entre o artista emergente ou consolidado e o estudante do ensino secundário especializado.
As actividades têm lugar nos laboratórios Campus e Comuna apresentando condições ideais para o desenvolvimento de projectos artísticos e espaço disponível para trabalhar em diferentes escalas em termos de capacidade tecnológica, apoio técnico e artístico adequado às especificidades de cada projecto que em contexto de sala de aula não seriam possíveis.
Esta actividade que decorre com a Escola Artística António Arroio desde 2014 e Agrupamento de Escolas de Corroios desde 2019 pretende aqui ter o seu natural desenvolvimento no quadro deste projecto, perspectivando a possibilidade de abertura destas residências a novas escolas.
Destaca-se da experiência obtida das residências a importância para o desenvolvimento artístico e curricular dos seus alunos obtendo novos objectos de estudo e diferentes perspectivas de trabalho durante um período lectivo inteiro.
Destaca-se também a partilha de práticas artísticas e pedagógicas para a inclusão dos alunos com necessidades especiais em todas as actividades desenvolvidas.

Planeamento

1 – Residência | Investigação e Criação com a duração até oito dias e a participação até vinte e três alunos e seis professores. Serão disponibilizados: atelier e espaços adequados para a realização dos projectos; apoio técnico e humano à realização; todos os materiais e ferramentas de trabalho necessários.
Tal como Alojamento e alimentação.
2 – Apresentação pública da experiência que os alunos tiveram nos laboratórios da Luzlinar.

Objectivos Específicos

– Desenvolver projectos teórico-práticos com o intuito de enriquecer o currículo dos
alunos.
– Proporcionar aos alunos das escolas de ensino artístico, a realização de projectos artísticos não possíveis nas instalações escolares.
– Desenvolver um conhecimento estético e uma experiência prática de intervenção na paisagem.
– Desenvolver competências que se baseiam sobretudo numa relação directa com a profissionalização futura.
– Fomentar o espírito crítico e o pensamento visual a partir de modelos contemporâneos estruturados em princípios universalistas.

Espaços Abertos

Aproximação aos Laboratórios onde se desenvolvem todos projectos de investigação e criação artística e de inovação social, estabelecendo contacto directo com os artistas nos seus locais de trabalho e com a população local participante.

As actividades centram-se na compreensão das metodologias, técnicas e construção do processo artístico, assim como de técnicas e ofícios ligados à história do território, através de uma aprendizagem informal sem recurso ao uso de um programa rígido, sendo este de carácter livre nas áreas das Artes Plásticas, Música, Cinema, Artes Performativas, Centro de Documentação e outras áreas consideradas relevantes.

Estão disponíveis a toda a população, da escolar à local, de todas as idades, em 3 níveis progressivos de integração nos laboratórios:

Nível base:
– Aprendizagem informal, estímulo da experimentação
– Partilha e utilização de estúdios
– Participação nos projectos dos laboratórios

Nível intermédio | convite a voluntários para os projectos dos laboratórios:
– Formação mínima em produção artística
– Compreensão das técnicas e dos ofícios ligados à história do território.
– Introdução a ferramentas de projecto

Nível autónomo | participação integral nos espaços de estúdio:
– Acesso integral a todos os espaços de criação
– Organização e manutenção dos espaços
– Participação e iniciativa na organização de eventos e dinamização das actividades do Centro de investigação.

 

Curso Avançado em Arte e Natureza

A ESCOLA localizada na natureza e nas comunidades que vivem com a natureza oferece-se como território exemplar para o estudo das complexidades sociais e ambientais representativas do mundo rural do Sul da Europa e Mediterrâneo.

Oferta de módulos de estudo anuais transdisciplinares, com flexibilidade no seu planeamento e desenvolvimento concreto dos projectos pertinentes em regime de residências na natureza fora do contexto da sala de aula.

Liberdade permanente para as práticas artísticas e científicas promovidas em constante diálogo entre lugares, partilha e acompanhamento entre investigadores das diferentes áreas.

Período de estudos de 1 ano em regime de 4 residências de 10 dias.

Pós-Graduação em Práticas Espaciais para Escultura
(em desenvolvimento)

O curso desenvolve-se dentro dos princípios de Residência Artística ao longo de quatro tempos de 21 dias de trabalho intensivo, distribuídos pelos meses de Setembro, Dezembro, Abril e Maio.

Integrando a dimensão cíclica, grega, camponesa, de tempo, esta Pós-Graduação decorre ao longo das intermitências que os ritmos das Estações do ano definem e que alteram a paisagem onde se irá trabalhar.

O curso estrutura-se num tempo total de 84 dias, 1600 horas de trabalho, das quais 270 horas serão de contacto com os docentes. Dois semestres, cada um deles contemplando duas Residências, e três unidades curriculares: duas de carácter teórico-prático de orientação tutorial e uma teórica de seminários. Serão quatro residências por ano cada uma delas com a duração de 800 horas de trabalho, das quais 135 horas serão de contacto com os docentes.

Em regime de imersão total, e numa constante indagação sobre o momento que se vive, o espaço onde se habita e trabalha e sobre a comunidade onde se está inserido, esta Pós-Graduação tem como pressupostos transversais a partilha de conhecimentos e experiências. Propõe-se uma reflexão sobre a intervenção e a presença do trabalho artístico no espaço natural, questões relacionadas com a obra site-specific e in-situ, a temporalidade, a perenidade e o efémero.

Parte-se do espaço natural enquanto promotor de pensamento e questionam-se os estereótipos das percepções culturalmente treinadas, adquiridas e memorizadas. Os conteúdos das unidades curriculares teórico-práticas variam entre a consciência das correlações entre o corpo e o espaço envolvente; a cultura de sustentabilidade e a criatividade como um recurso importante no seu desenvolvimento; a subversão da produção como forma dominante das nossas sociedades e; os limites do fazer.

buraco negro