Génese e Apresentação Geral

As sociedades têm vindo a confrontar-se com vários problemas ambientais que afectam não apenas o modo de vida, mas também o equilíbrio ecológico dos ecossistemas e do planeta.

As noções de desenvolvimento e de sustentabilidade ultrapassam, actualmente, a elementar dimensão económica para abarcar também aspectos ecológicos e sociais. Tal significa uma responsabilidade comum na boa gestão dos recursos naturais, com contributos benéficos tanto ao nível local como global.

A economia ecológica, ou economia verde, como ciência económica de base natural, constitui uma importante forma de utilização sustentável dos recursos biológicos, como indicado por organizações internacionais e enunciado em diversas medidas nacionais e internacionais (ex: EU/CE, ONU, IPCC).

Apresenta uma perspectiva mais abrangente sobre as questões ambientais e os recursos naturais, incorporando princípios das ciências naturais, ligando o sistema económico ao ecossistema ou ao Sistema Terra. Partilha o governo tanto da natureza como da actividade económica humana e, portanto, da forma como estão relacionadas. Trata-se igualmente de uma estratégia que procura estimular a inovação e a adopção de práticas para a sustentabilidade (Europe Strategy2030).

Considera que a degradação da biodiversidade pode afectar significativamente a qualidade do ambiente e dos recursos, assim como, prejudicar a produção primária em áreas como a silvicultura. A prática silvícola que provoque danos como a erosão do solo, a perda de nutrientes e de matéria orgânica do solo, ponha em causa a conservação da água, da biodiversidade, cause a degradação da paisagem, ou afecte aspectos ambientais, não é, pois, sustentável.

Numa perspectiva futura, o desenvolvimento da economia e da sociedade não podem ser dissociados das questões ecológicas e ambientais, sendo também associado ao desenvolvimento humano, moral e cultural.

As abordagens de base natural permitem melhores benefícios para os ecossistemas e a biodiversidade, bem como, para a economia, as condições de vida, a saúde e o bem-estar humano.

A consciência, pelas sociedades, da degradação do meio ambiente em geral, e das florestas autóctones em particular, tem imposto a tomada de ações para uma melhor gestão e preservação, realizadas a diferentes escalas. Além da produção lenhosa é também considerada a relevância dos recursos não-lenhosos e dos serviços prestados pelo ecossistema. A floresta autóctone envolve diversas vertentes da sustentabilidade relacionadas com elementos ecológicos, sociais e económicos, que passam a ser tidos em conta.

A floresta autóctone é um recurso em si mesmo, que desempenha funções vitais que estão para além de medidas económicas. Providencia diversos bens e serviços, fornece vários produtos, cria e conserva o solo, conserva a água, regula o clima, controla as inundações, conserva a biodiversidade, proporciona um espaço de vivência humana. A floresta autóctone é vista como uma base fundamental para uma economia ecológica dado que se relaciona com diversos sectores e a subsistência das sociedades, para além de constituir uma infraestrutura ecológica do planeta.

 

A Silvicultura próxima da natureza e o Carvalhal integrando
as diferentes vertentes da sustentabilidade.

 

A Silvicultura próxima da natureza e o Ecossistema carvalhal com o desenvolvimento de abordagens funcionais de base natural de que se obtêm benefícios nas várias vertentes da sustentabilidade ao nível ecológico, económico e social.

Os primeiros momentos do projecto ocorreram em 2010 num trabalho realizado no Jardim das Pedras com avaliação de intervenções efectuadas neste espaço. Foi apresentada uma palestra sobre a Floresta Autóctone no Seminário Celebrar a Floresta realizado no Feital em 21 Novembro e como comemoração do Dia da Floresta Autóctone.

Dada a importante contribuição que a floresta autóctone desempenha para a sustentabilidade, nas suas diferentes vertentes, foi em 2017 apresentada uma visão para os espaços do Jardim das Pedras e do Carvalhal em que foi enfatizada a relevância da sua recuperação e gestão.

Os estudos, levantamentos e actividades prosseguiram em 2018, com a implementação em 2020 do Projecto Bosques e a sua ligação com a Silvicultura Próxima da Natureza.

O Projecto Bosques reúne o enquadramento e um conjunto de actividades em torno do Ecossistema Carvalhal, a Floresta e a Silvicultura Próxima da Natureza, presente nos diferentes menus.

Direção Científica e Textos, Prof. Dr. João P. F. Carvalho (UTAD)

 

Ecossistema Florestal

A floresta autóctone constitui um património natural de grande valor. Representa os ecossistemas florestais próprios de muitas das nossas regiões, possuindo várias valências, funções e usos, essenciais para o ambiente em geral e como suporte de vida da sociedade. Constituem ecossistemas únicos dado que podem proporcionar múltiplos bens e serviços, com amplos benefícios ecológicos, económicos e sociais.

Do ponto de vista ecológico, a floresta autóctone desempenha importantes funções relacionadas com o ciclo hidrológico, a conservação do solo, o sequestro e armazenamento de carbono atmosférico, a regulação climática, e constitui o habitat para muitas formas de vida que dele dependem. Desempenha igualmente um importante papel relacionado com a prevenção dos incêndios florestais, na ação climática e no combate à desertificação.

Constitui um recurso económico, fornecendo diversos bens e serviços para a sociedade.

Proporciona igualmente um espaço para o recreio e lazer, oferece paisagem, abrangendo diversos aspectos sociais, contribuindo para a saúde, o bem-estar e a qualidade de vida.

As acções a desenvolver em torno do ecossistema florestal, e do ecossistema carvalhal em particular, ao nível ecológico, económico e social, ainda que indicadas de forma separada, intervêm em muitos casos de forma relacional e integrada, bem como, em diferentes momentos de implementação e desenvolvimento do Projecto Bosques.

O conhecimento acerca das componentes e dos processos funcionais do ecossistema, bem como da silvicultura associada, desempenha um papel essencial dada a sua especificidade de modo a permitir obter as múltiplas funções e usos requeridos para se alcançarem os valores subjacentes e se enquadrar no sentido da sustentabilidade.

O saber científico e técnico existente acerca do ecossistema carvalhal, obtido de diversos projectos de investigação e de desenvolvimento (I&D), realizados em áreas como a ecologia, as componentes e a dinâmica do ecossistema, os recursos e sua utilização, seu enquadramento económico e social, constituem uma base fundamental para o desenrolar de diversas acções para o seu desenvolvimento e valorização.

Projectos de Investigação e de Desenvolvimento de Suporte.

 

Áreas de Desenvolvimento do Carvalhal

O Projecto Bosques visa a promoção e valorização do Ecossistema Carvalhal nas suas diferentes vertentes e o seu contributo para a sustentabilidade.

O Projecto Bosques promove diferentes actividades em torno da valorização do carvalhal, designadamente, experimentação, desenvolvimento, manutenção, formação, demonstração, actividades sociais e culturais.

A estratégia de desenvolvimento do ecossistema carvalhal assenta na valorização das múltiplas funções e usos do carvalhal e no desenvolvimento de actividades em seu torno, enquadradas pela silvicultura próxima da natureza e com dimensões de nível ecológico, económico e social.

Ao Nível Ecológico

Engloba um conjunto de características especificamente relacionadas com o Ecossistema Carvalhal e alguns dos serviços de suporte e de regulação que lhe estão associados. A maioria dos elementos da função de proteção é também, ao mesmo tempo, uma parte integrante da função de conservação do ecossistema.

Principais elementos: o ecossistema carvalhal, conservação e melhoria do solo, conservação e qualidade da água, conservação do microclima florestal, promoção e conservação da diversidade biológica, sequestro e armazenamento de carbono, prevenção dos incêndios florestais, combate à desertificação ambiental.

 

 

Ao Nível Económico

Envolve a obtenção de vários bens, lenhosos e não-lenhosos, como valores de uso directo, contribuindo para a obtenção de rendimento e a economia de forma mais directa em conjugação com outras ações. O acompanhamento do desenvolvimento do carvalhal é um aspecto central para a ciência e a prática da silvicultura próxima da natureza.

Principais usos directos: madeira, bolota, cogumelos comestíveis, plantas silvestres.

Promove-se prioritariamente a produção de madeira de elevada qualidade para diversas utilizações de valor, de marcenaria e carpintaria, bem como, para uso estrutural. Complementarmente, obtém-se material como lenha ou para outros usos. Desenvolve-se a aplicação de práticas silvícolas especificamente orientadas, bem como, práticas de uso, de transformação industrial e de aproveitamento tecnológico especificamente desenvolvidas. Privilegia-se a produção e utilização de madeira com longo ciclo de vida, o que tem um contributo positivo para o armazenamento de carbono.

 

 

Ao Nível Social

Abrande diversas actividades sociais e de carácter cultural em torno do carvalhal. Permitem contribuir para diversos aspectos sociais, podendo também ter repercussão na melhoria da economia e das condições de vida das comunidades rurais e na promoção da sustentabilidade.

Principais ações: realização de actividades de demonstração, formação, divulgação, artísticas, recreativas, ligadas à natureza e ao carvalhal.

 

 

Estratégias de Base Natural

As abordagens de base natural permitem melhores benefícios para os ecossistemas e a biodiversidade, bem como, para a economia, as condições de vida, a saúde e o bem-estar humano.

A Silvicultura Próxima da Natureza promove intervenções baseadas nos processos naturais, com o desenvolvimento de abordagens funcionais de base natural de que se obtêm benefícios nas várias vertentes da sustentabilidade. Considerando o conjunto dos elementos e dos processos do ecossistema, procura obter um equilíbrio e integração de funções ecológicas, económicas e sociais. Uma abordagem de base natural constitui também a melhor forma de enfrentar os desafios colocados pelas alterações climáticas.

Possibilita conjugar elementos ecológicos, económicos e sociais, fazendo uso de procedimentos e técnicas que actuam em conformidade com os processos naturais, respeitando o equilíbrio dos sistemas naturais e considerando o ecossistema florestal como um todo. Procura a manutenção e utilização dos ecossistemas florestais de modo a que as funções ecológicas e sócio-económicas sejam sustentáveis. A abordagem geral inclui os bens e os serviços do ecossistema. Promove estratégias baseadas nos processos naturais de que se obtêm benefícios nas várias vertentes da sustentabilidade.

 

O Carvalhal e a Silvicultura Próxima da Natureza

A Silvicultura Próxima da Natureza procura adequar a condução do carvalhal de modo a permitir as suas múltiplas funções de forma durável. Considera essencial a utilização dos processos naturais nas fases de regeneração, educação e maturação. Para além do rendimento económico, promove o funcionamento do ecossistema e providencia diversos serviços de uma forma sustentável. São quatro os grandes tipos de serviços do ecossistema: suporte, regulação, provisão e culturais.

De entre os benefícios proporcionados pelo Ecossistema Carvalhal e a Silvicultura próxima da natureza, salientam-se:

– A promoção e conservação da diversidade biológica, respondendo a desafios colocadas perante a degradação dos ecossistemas florestais autóctones.
– A obtenção de madeira de qualidade para uso em produtos de valor, assim como de outros produtos, contribuindo para a economia local.
– Contribuição para a ação climática, permitindo uma maior capacidade de sequestro e de armazenamento de carbono comparativamente a outros tipos de silvicultura.
– Promoção da sustentabilidade do ecossistema e da paisagem, possibilitando actividades sociais privilegiadas ligadas com a floresta e a natureza.

 


Projecto Bosques – Habitar


Gestão de florestas para o futuro: os benefícios da gestão florestal próxima da natureza

Escola da Floresta / Unidades de Demonstração de Silvicultura Próxima da Natureza

A ESCOLA DA FLORESTA integra um conjunto de Unidades de Demonstração distribuídas pelo território, que se apresentam como palco de aprendizagem e promoção científicas da Silvicultura Próxima da Natureza. Estas unidades constituem-se como exemplo de excelência do processo de valorização da floresta autóctone, pela implementação de técnicas em conformidade com a natureza e o equilíbrio dos seus ecossistemas.

Carvalhal de Garcia Joanes

Localização: Garcia Joanes e Feital, Concelho de Trancoso.

O Carvalhal de Garcia Joanes reúne um conjunto de áreas que se enquadram nos objectivos do Projecto Bosques, sendo desenvolvidos aspectos técnicos associados e considerando as características próprias do carvalhal.

 

Zonamento de Áreas

Castanho – Beneficiação Silvicultura Próxima da Natureza
Azul – Regeneração
Vermelho/Amarelo – Reserva
Verde – Prado/Relvado

 

Área Unidade de Demonstração

Técnicas de silvicultura próxima da natureza aplicadas ao ecossistema carvalhal. Acompanhamento e apoio a decisões de condução silvícola. Conceitos, estratégias e efeitos são analisadas na aplicação de práticas de silvicultura. Elementos chave relacionados com a dinâmica do povoamento, características de estado e funcionais do carvalhal.

As intervenções silvícolas aplicadas foram especificamente estudadas e desenvolvidas para o ecossistema carvalhal. Informações de base de diversos projectos de investigação e desenvolvimento neste ecossistema, e de aplicações e análises em diversos contextos, permitiram a implementação e análise, na sua condução e utilização.

Carvalhal do Mondego

Localização: Concelho da Guarda, estando inserido na área do Parque Natural da Serra da Estrela.

Informação em preparação.

Bosque Urbano

A silvicultura próxima da natureza possibilita também uma abordagem a espaços arborizados inseridos em Parques Urbanos.

Procura, entre outros aspectos, desenvolver estratégias de gestão de bosques de parques urbanos assegurando as condições naturais, podendo também envolver a reabilitação de espaços negligenciados para usufruto das populações locais.

Os princípios gerais assentam em abordagens e práticas em que se procura a proteção e gestão de espaços arborizados de modo a assegurar a sustentabilidade dos serviços do ecossistema.

 

Quinta do Escorial

Área Experimental – Parcelas de estudo permanentes de controlo de desbastes em florestas de Quercus pyrenaica Willd (carvalho-negral)

Estudos de longo prazo de ecologia e condução em floresta de Quercus pyrenaica Willd.

A presente área experimental constitui uma infra-estrutura essencial de suporte ao conhecimento científico e técnico para implementação de uma adequada silvicultura e condução das florestas de carvalho. Criada com apoio de diversos projectos de I&D em silvicultura com trabalhos em ecologia, dinâmica, produção, condução e utilização, constituem uma base fundamental para o desenvolvimento de uma silvicultura sustentável, de promoção e valorização da floresta autóctone.

 

Localização: Perímetro Florestal (colaboração entre UTAD e ICNF/DGF).

Ano de instalação: 1994

 

Temas principais: intensidades de desbaste, métodos de controlo de densidade, ecologia, regeneração, crescimento e produção.

Ensinamentos sobre procedimentos a seguir na condução de povoamentos de carvalho-negral, na aplicação de desbastes com vista à beneficiação e melhoria do povoamento, da ecologia, do crescimento e da produção de madeira neste tipo de florestas.

Indicações sobre o modo e o grau de intervenção a aplicar em povoamentos da espécie.

Indicações sobre o efeito do grau de intervenção nas características do povoamento, nas condições de crescimento das árvores, do povoamento e da vegetação associada.

Análise do tipo de intervenção silvícola com elaboração de parâmetros descritores de desbaste, parâmetros auxiométricos, indicadores de utilização e ecológicos como auxiliares à silvicultura em fases de desenvolvimento de povoamentos da espécie.

Área experimental de condução e de desbastes (esboço síntese)

Número de parcelas: 12    Área: 30.000 m2

 

 

Programas e Projectos de Investigação e Desenvolvimento Envolvidos:

. Improvement of Coppice Forests in the Mediterranean Region. Projecto Europeu, Programa AIR – UE.
. Qualidade dos Povoamentos e das Madeiras de Carvalho e Seu Aproveitamento Tecnológico. Pojecto FCT (Fundação para a Ciência e a Tecnologia), PRAXIS XXI.
. Promoção e Valorização da Madeira de Carvalho-negral. Projecto AGRO-INIAP (Instituto Nacional de Investigação Agrária e das Pescas).
. Innovative management and multifunctional utilization of traditional coppice forests. Projecto Europeu, Programa EU-FP.
. Integrated Forest Management – Pro Silva Europe / Pro Silva Portugal. Projecto Europeu.

Restauração e Arborização Florestal

Restauração de área degradada com recuperação de valores do património natural.  Preparação e implementação de projecto de intervenção e de desenvolvimento com a restauração florestal.

A intervenção na área é realizada atendendo ao elevado estado de degradação ecológica e paisagística em que se encontra e a sua extensão. Atendendo à sua localização geográfica e características ecológicas, apresenta, uma vez restaurada, um importante potencial para actividades ligadas ao turismo de natureza, aliado à recuperação dos seus valores naturais, podendo também estimular futuras actividades.

O projecto envolve as seguintes principais componentes:

– Proteção ambiental, restauração do solo e da água;
– Restauração da paisagem e rearborização florestal;
– Restauração e conservação da diversidade biológica;
– Promoção do turismo e de actividades sociais associadas.

 

. Cabeço Gordo – Videmonte

 

. Campus Jardim das Pedras
incluindo Vilares e Carnicães

Localização: Feital, concelho de Trancoso.

O Jardim das Pedras trata-se de um espaço que apresenta elevados níveis de degradação de ações humanas ao longo dos tempos.

Diversas actividades de restauração e arborização têm vindo a ser realizadas com vista a procurar recuperar elementos naturais do espaço. Envolve, por um lado, o controle dos factores de degradação e, por outro lado, a promoção de elementos da sucessão ecológica, a recuperação do coberto vegetal e da paisagem natural.

De entre as actividades levadas a cabo assinalam-se as seguintes:

. Avaliações de diagnóstico e definição de linhas de actuação
. Ações de controlo de erosão do solo
. Ações de plantação com espécies arbustivas e arbóreas.
. Construção de um viveiro florestal.
. Realização de actividades de plantação com diferentes grupos: População local, escolas, bombeiros, sapadores florestais, voluntários. União de Freguesias de Vila Franca das Naves e Feital, a União de Freguesias de Vilares e Carnicães. Agrupamento de Escolas de Trancoso. Bombeiros Voluntários de Vila Franca das Naves. Associação de Produtores Florestais do Alto da Broca.
. Realização de actividades pedagógicas com diferentes públicos.
. Investigação e monitorização.

 

Zonas de Intervenção

 

Reflorestar 2019

 

Projecto Bosques

 

. Escorial – Celorico da Beira

Oficina de Madeiras Autóctones

Promoção de Estudos, projectos, prototipagem, técnicas de construção que façam um uso inovador das matérias primas disponíveis geradas pela ESCOLA DA FLORESTA da UNIDADE DE DEMONSTRAÇÃO SILVICULTURA PRÓXIMA DA NATUREZA. As actividades terão o apoio permanente de uma Oficina para Madeiras Autóctones no espaço da Antiga Escola Primária dos Meios.

 

Madeira

Utilização de madeira de carvalho-negral em aplicações de marcenaria, carpintaria e estruturas. A madeira é obtida do próprio carvalhal de acordo com especificações implementadas no âmbito do Projecto Bosques.

As características das diferentes peças de madeira, bem como, os procedimentos de transformação, de serragem, secagem e laboração, são definidos segundo determinados padrões e especificações técnicas estudadas e desenvolvidas para a espécie.

Das florestas de carvalho-negral obtém-se madeira nobre de elevada qualidade, a qual pode ter diversas utilizações, permitindo um acrescento de alto valor ao carvalhal. A madeira de carvalho-negral é apreciada pela sua beleza, boas propriedades mecânicas e durabilidade natural.

A implementação de uma adequada silvicultura é essencial para a obtenção de madeira com as especificações requeridas e a consequente valorização do ecossistema carvalhal.

 

 

. Habitar Espaço Mínimo – Abrigo

Projecto de habitação sustentável e autossuficiente de pequenas dimensões desenvolvida sobre quatro conceitos base: Flexibilidade, Sustentabilidade, Forma e Mobilidade.

A proposta, com capacidade de ocupação de duas pessoas, assenta numa estratégia contemporânea e vanguardista, com uma abordagem volumétrica e funcional, que promove uma relação sinergética entre o contexto natural e o elemento a implantar, proporcionando uma experiência que permite uma conexão do utilizador com o ambiente natural envolvente.

Possibilidade de Sistema de fundações, para adaptação a diferentes declives, com um reduzido número de pontos de apoio e sem necessidade de escavação, reduzindo a intervenção no terreno ao mínimo.

 

. Pórtico – Abrigo

Estrutura fabricada em madeira autóctone , para usufruto directo da floresta durante todo o ano. Pretende-se que seja um ponto de entrada acessível à floresta integrada no campus, e que ao mesmo tempo possa receber eventos culturais em pleno ecossistema.

 

. Painel e Sinalética

. Pórtico de receção com utilização de peças de madeira de carvalho-negral.
. Promoção e valorização de madeira e do ecossistema carvalhal.
. Uso de padrões e especificações técnicas do Projecto Bosques.

Criação de painel de receção e informativo colocado em locais definidos.
Desenho e arquitetura: Arquitetos investigadores, linha de investigação Habitar o Espaço Mínimo

 

I&D

Projectos de Investigação e de Desenvolvimento de Suporte
Projectos de investigação e de desenvolvimento (I&D), relacionados com a floresta autóctone e os carvalhais, de suporte ao Projecto Bosques.

 

 Estudos de Crescimento e de Produção de Algumas Espécies Florestais do Norte de Portugal.
INIC (Instituto Nacional de Investigação Científica), 1990 – 1995.
Realização de estudos sobre a adaptação e crescimento de espécies florestais na
região Norte de Portugal.

 

 Improvement of Coppice Forests in the Mediterranean Region (MEDCOP).
Projecto Europeu, Programa AIR – UE, 1994 – 1998.
Base ecológica para a silvicultura a aplicar a florestas da região mediterrânica.
Estudos sobre processos ecológicos e fracionais. Práticas silvícolas.
Crescimento e produção. Exploração e gestão. Tipologias e aspectos sócio-económicos.

 

 Qualidade dos Povoamentos e das Madeiras de Carvalho e Seu Aproveitamento Tecnológico.
FCT (Fundação para a Ciência e a Tecnologia) – PRAXIS XXI, 1996 – 2000.
Estudos ao nível nacional sobre florestas de carvalho. Ecologia, crescimento,
produção, características físicas, mecânicas e tecnológicas da madeira,
transformação e laboração industrial.

 

 Integrated Forest Management – Pro Silva Europe / Pro Silva Portugal.
Projecto Europeu, desde 2001.
Desenvolvimento de estudos, avaliações e práticas de silvicultura próxima da
natureza. Promoção e valorização da floresta e de uma silvicultura multifuncional,
sustentável, rentável e integradora, nas suas diversas vertentes, os bens e serviços
do ecossistema (suporte, regulação, provisão e sociais).

 

 Promoção e Valorização da Madeira de Carvalho-negral.
AGRO-INIAP (Instituto Nacional de Investigação Agrária e das Pescas), 2002 – 2005.
Estudos sobre florestas e madeira de carvalho-negral no território nacional.
Parâmetros biométricos e silvícolas. Operações de secagem e de transformação
tecnológica da madeira em produtos de alto valor.

 

 Floresta Comum.
Projecto desde 2012.
Fomento da criação de florestas autóctones, promovendo elevados índices
de biodiversidade e de produção de bens e serviços do ecossistema.

 

 Innovative management and multifunctional utilization of traditional coppice forests.
Projecto Europeu, Programa EU-FP, 2014 – 2018.
Análise de bases e práticas silvícolas nacionais e regionais sobre sistema silvícola.
Avaliação do estado actual do conhecimento e processos de desenvolvimento.
Situações de aplicação, aspectos limitantes e restrições. Aspectos sociais, funções
protectoras, economia e sustentabilidade.

 

 Casa Comum da Humanidade.
Projecto desde 2018.
Contribuir para construir um sistema de governança global para a humanidade
baseado no reconhecimento do bom funcionamento do sistema terrestre
como uma herança comum intangível. O funcionamento do sistema terrestre e a
problemática das alterações climáticas requerem um enquadramento comum.
Neste contexto, os ecossistemas florestais constituem um elemento essencial e a
necessidade de uma adequada gestão de base natural para a manutenção de
condições biogeofísicas favoráveis.

 

 A sustainable landscape planning model for rural fires prevention – Um modelo sustentável
de ordenamento do território para a prevenção dos incêndios rurais.
FCT (Fundação para a Ciência e a Tecnologia), 2019-2022.
Propor um modelo de ordenamento do espaço rural que contribua para a
prevenção dos incêndios rurais, atendendo à sustentabilidade ecológica, económica e
social da paisagem. Articular as actividades rurais contribuindo para a fixação de
população no espaço rural. Fomentar uma silvicultura de base natural e sustentável.

 

 Save Oxycedrus – Conservação e reprodução de populações de zimbro-oxicedro.
PDR2020 (Programa de Desenvolvimento Rural de Portugal – Comissão Europeia), 2021 – 2023.
Estudo e ações com vista à conservação e reprodução de populações ameaçadas e de alto valor de zimbro-oxicedro.
Conservação de recurso genéticos florestais, restauração, preservação e reforço da biodiversidade em zonas com
condicionantes naturais específicas e de elevado valor natural.